O 19 de abril não é uma data de festa. O clima comemorativo retrata uma realidade indígena que não é real. Reforça uma visão dominante estereotipada e ignora a ampla diversidade dos povos indígenas.
Tampouco menciona as questões centrais para a sobrevivência dos povos indígenas. Não mostra os massacres sofridos e a resistência rotineira.
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A data não foi criada pelos povos indígenas, nem para eles. Surgiu em 1943 no governo de Getúlio Vargas sem nenhum interesse de reconhecer e promover a pluralidade e os direitos dos povos indígenas.
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Ao contrário, a política “desenvolvimentista” e “de integração” da Era Vargas foi altamente violenta com os povos. Se hoje lutamos para sermos ouvidos, naquela época os povos eram totalmente invisibilizados.
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É fundamental abrir espaços para que nós falemos sobre nós mesmos, nossa cultura e reivindicações. Quem está em posição de privilégio se coloca melhor como ouvinte.
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O termo “índio” é fruto de um erro. Os invasores acharam que haviam chegado na Índia. Assim adotaram este termo para se referirem aos nativos desta terra.
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Também carrega uma conotação ideológica estereotipada, ligada a aspectos ruins. Associando-nos a pessoas preguiçosas, atrasadas e até canibais. Fortalece a violência e o preconceito com os povos, trabalhando contra a pluralidade existente.
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A palavra apropriada é “indígena”. Do latim, “indigĕna,ae”, significa “natural do lugar em que vive, gerado dentro da terra que lhe é própria".
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Texto e fotos: @priscilatapajowara
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