DIA DA MULHER

Hoje faz 90 anos do protesto na fábrica têxtil de NY, EUA, onde 125 mulheres morreram carbonizadas quando se mobilizaram por melhores condições de trabalho. É a versão mais conhecida para a criação do Dia Internacional da Mulher.

Para uma das principais teóricas do tema no Brasil, a socióloga Eva Blay, professora da USP e coordenadora do USP Mulheres, “desvincular o 8/3, hoje considerado um dia festivo – em que patrões insistem em “presentar” funcionárias com maquiagem, flores e serviços em salões de beleza – da luta por melhores condições, é uma maneira de apagar o protagonismo das mulheres em sua própria história social e política.”

Desde lá, houve conquistas. As brasileiras conseguiram o direito ao voto em 1932; a Lei Maria da Penha veio em 2006; e hoje, mulheres são maioria nas universidades do Brasil (segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE). Mas falta muito ainda, principalmente nos cargos de liderança!

Vejamos os relatórios mais recentes da agência do nosso setor, a ANCINE, “Participação Feminina na Produção Audiovisual Brasileiro” (2018) e “Informe da Diversidade” (2016).

Nos 2.636 CPB’s (Certificado de Produto Brasileiro) emitidos em 2018 pela Agência, as mulheres representavam na Direção: 20%; Roteiro: 25%; Produção Executiva: 41%; Direção de Fotografia: 12%; Direção de Arte: 54%.

Nos 570 longas-metragens que foram ao cinema em 2018, o percentual de mulheres era de: Direção: 19%; Roteiro: 18%; Produção Executiva: 34%; Direção de Fotografia: 12%; Direção de Arte: 53%.

Nos curtas, Direção: 33%; Roteiro: 30%; Produção Executiva: 48%; Direção de Fotografia 17%; Direção de Arte: 57%.

Em 2016, só 37,8% dos profissionais da cadeia audiovisual eram mulheres. 

Outros dados mostram que mulheres negras enfrentam mais barreiras que as brancas e as mulheres trans mais que as cis – não tendo sido encontrados dados oficiais de sua participação no mercado. Também não há dados da Ancine sobre a produção de mulheres indígenas ou com deficiência.

Direção: 19% mulheres brancas, 0% mulheres negras. Roteiro: 16,2% mulheres brancas, 0% mulheres negras. Produção Executiva: 36.9% mulheres brancas, 0% mulheres negras.

Texto de: Ana Caroline Brito @poneyhandsup

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Referências:

https://azmina.com.br/reportagens/esqueca-o-incendio-na-fabrica-esta-e-a-verdadeira-historia-do-8-de-marco/

https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/informe_diversidade_2016.pdf

https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/participacao_feminina_na_producao_audiovisual_brasileira_2018_0.pdf


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